Por que não te quedas a me desvendar? Eu não me escondo por trás da muralha da divina contemplação; por isso por que, de todos os homens, não te quedas a me desvendar?
Sou pouco comum ou diferente inteira. É tal o prazer de me ver assim tão derradeira, ora, por que se não a me desvendar? E se não devo, por que afinal não me nega? Por que presumiria que o óbvio te fascina?
Por que não me quedo a te desvendar? Se os teus olhos mal me preenchem de orgulho por serem assim tão oblíquos a me espreitar, como se eu fosse o chão em que tua máscara de porcelana se espatifa, como se eu fosse o reflexo fiel das suas incertezas, por que não me deixa te apurar?
Mas, ora, porque te observo não me rendo; assim me calo. De tão reticente, não me vês além do véu que te tolhe as ações e não te permite desvendar o que eu, na minha vã timidez, sequer tenho certeza. E assim permaneces, como permaneço, na certeza das constantes possibilidades.
Belíssimo, Tai!
Que bom que arranjou um tempinho pra publicar isso.